ELIZABETH ABREU CALDEIRA BRITO
DEVANEIOS
Com o que sinto,
seria imagem: figura e sombra.
Seria deusa: escrava e rainha.
Seria aura serpenteando ausências.
seria imagem: figura e sombra.
Seria deusa: escrava e rainha.
Seria aura serpenteando ausências.
Com o que sinto,
seria presente: agora e sempre.
Seria ponte unindo abismos.
Seria algas corando o mar.
Com o que sinto,
seria teia
tecendo horizontes.
Seria arco
de triunfo e fracassos.
Com o que sinto,
sou aram*
a fecundar estrelas.
Com o que sinto,
sou natureza.
Ybitucatú**
a cobrir labaredas.
*Do tupi: sol.
**Do tupi: vento
DÍVIDAS
Presenteio ausências
a quem distância é favor,
e esquecimento, lembranças.
A indiferença
se veste em afetos.
Conseguiria afastamento,
não seria impedida,
por mais, que ser amada,
seria ameno.
Nego o delírio à tarde
no apego que tanto arde.
Ao tentar nossema*
anoiteço a teus pés.
*Do tupi: sair, retirar
RAZÃO
Dor, angústia e desolação.
O que era tudo, nada se revela.
A cal da alma aflora
e floresce feridas
na face antes viçosa.
Corroem entranhas e
guardam silente emoção
em prazer adormecido.
Nos sonhos se consome
à espera do fim.
Aqui estou
Tymbaba*!
*Do Tupi: lugar de enterrar
GUIRÁ*
Teu canto minha alma aflora.
De ti, tudo que ouço é canto:
é canto o soluço da primavera,
no canto o pranto de só ser.
De ti, tudo que ouço é canto:
é canto o soluço da primavera,
no canto o pranto de só ser.
Não hei de ser só
se teu canto florir.
Espero e de lembranças tantas
hei de aguardar por ti.
E quando não mais
hei de aguardar por ti.
E quando não mais
ouvir teu canto.
Enlanguescida de pranto,
Enlanguescida de pranto,
hei de morrer por ti.
*Do tupi: pássaro
SAÎSU*
Num misto de fugir e ficar. Estou!
E o que mais queres de mim se aqui me tenho?
E venho. Como a me encontrar.
E o que mais queres de mim se aqui me tenho?
E venho. Como a me encontrar.
Ter você. Só aqui! E não mais.
Se resistir! Não me terei.
Se querendo me pudesse dar:
dar-me-ia sem uma clausura.
Não me tenho e não posso ter
o que em mim não se articula.
Quero aqui adormecer o verbo.
dar-me-ia sem uma clausura.
Não me tenho e não posso ter
o que em mim não se articula.
Quero aqui adormecer o verbo.
Só assim te poder sonhar.
Ao chão estou. Agora pondera!
MINE BIOGRAFIA
Natural de Goiânia – Goiás. É pós-graduada em Ed. Fis. e Psicologia. Foi profª de dança e de Ed. Física, dentre outros locais, na PUC-GO, e no Centro Livre de Artes, tendo sido aprovada em 1º lugar em concurso público. Foi sua diretora por 09 anos. É membro da UBE - Goiás, das Academias: de Letras do Brasil, Goianiense de Letras; de Letras Ciênc. e Artes de Campo Formoso, de Letras de Teófilo Otoni e da Belavistense de Letras e Artes. É 2ª vice – presidente da Comissão Goiana de Folclore - UNESCO; É Chefe de Gabinete e Sócia Titular do Inst. Hist. e Geog. de GO. É Conselheira do Conselho Mun. do Patrimônio Hist. Cult. e Amb. da Cidade de Goiânia. Foi Personalidade Cultural do Ano - 2005 pela UBE-GO; Recebeu o Diploma de Destaque Cultural do Ano – 2009, pelo Governo de Goiás; o Troféu Santuário da Arte - 2009; Diploma de Colaborador Benem. da Fac. de Anicuns – 2009; Medalha Regina Lacerda, pela UBE-GO - Folclore - 2009. Publicou 07 livros. Tem poesias publicadas em várias Revistas da Europa. Representa o Brasil em Encontros Culturais no Chile, Peru e Argentina.
No hay comentarios:
Publicar un comentario